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Casa-museo de Antonio Gramsci |
Sônia Mendonça |
Inúmeros trabalhos dedicam-se ao estudo do Estado no Brasil
contemporâneo, embora, em sua maioria, não procedam do esforço de
historiadores. Em seu conjunto, eles repetem uma mesma problemática: a
concepção do Estado ora como problema da “natureza” ora como uma espécie de
“via de mão única” onde os atores sociais envolvidos são vistos como
“entidades” estranhas umas às outras. Neste registro a origem do Estado
ancora-se na ideia de um contrato social, cuja herança responde pela
consagração de um Estado-Sujeito, a “pairar” acima da “frágil” sociedade, dotado
de vontade e iniciativa próprias, sem vínculos explícitos com os interesses de
grupos sociais distintos. Foi o marxismo que propiciou uma matriz alternativa a
esta, partindo da crítica ao individualismo subjacente à leitura liberal de
Estado. Todavia, a concepção marxista de Estado não está imune a problemas,
sendo também responsável por simplificações do conceito segundo suas diferentes
“linhagens”.