
“Gramsci coloca que se
a hegemonia é um dos elementos-chave para a luta política, para a de classes,
ou seja, a classe que quer se tornar dirigente precisa alcançar hegemonia.
Então, ela tem diferentes batalhas a serem travadas que não se limitam à esfera
econômica, mas que se ampliam para a esfera política. Nesse sentido, existe uma
batalha cultural a ser travada”, afirma Cristina Bezerra, professora da
Universidade Federal de Juiz de Fora e especialista na obra do revolucionário
italiano Antonio Gramsci (1891-1937).
Cristina, no processo de pós-graduação, foi orientada por
Carlos Nelson Coutinho, um dos principais responsáveis pela introdução do
pensamento de Gramsci no Brasil. Professora do curso de especialização em
Economia e Desenvolvimento Agrário, uma parceria entre a Escola Nacional
Florestan Fernandes e a Universidade Federal do Espírito Santo, Cristina
abordou, em entrevista ao Brasil de Fato, alguns aspectos do pensamento de
Gramsci que ajudam a entender o momento atual da luta de classes: a batalha no
campo da cultura e das ideias, a necessidade do partido político, e a produção
dos intelectuais próprios da classe trabalhadora.